terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Por que a fórmula “The Walking Dead” está desgastada?

O que dizer de uma das séries mais assistidas da história da televisão que conseguiu uma quantidade imensa de fãs ao longo dos anos e que trouxe uma adaptação de uma HQ aclamada? Apenas uma coisa: a série e sua fórmula está se desgastando cada vez mais.
Lembro do dia de estréia da primeira temporada, o mundo inteiro comentando sobre a série, considerada até um divisor de águas para a TV pelo tema abordado – e como ele foi abordado. A trama da primeira temporada foi simples, um policial acorda de um coma em meio a um apocalipse zumbi e tenta reencontrar sua família para protegê-los e tentar a sobrevivência.
A primeira temporada tem apenas 6 episódios, é objetiva, e consegue focar seu objetivo sem prolongá-lo ou torná-lo cansativo. Este mérito é algo que a série viria a perder em sua segunda temporada e assim por diante.
Da segunda até a sétima temporada – com talvez a exceção da quinta – caíram na mesma fórmula batida e cansativa que The Walking Dead se tornou ultimamente: eles encontram um lugar para viver, perdem este lugar, vão à procura de outros lugares. Nesse meio termo surgem os considerados “chefões” da série, sempre algum vilão cheio de poder que perdeu a cabeça e se tornou um lunático após o apocalipse.
Além de encherem essas temporadas de episódios focados em apenas um personagem, que é na maioria das vezes mal desenvolvido, não adicionam nada para o desenvolvimento da trama.
E o que dizer do protagonismo? Desde a primeira temporada sabemos que um pequeno grupo de personagens nunca vai morrer, não importa o que aconteça – apesar disso ter mudado na sétima temporada, mas chegaremos lá.
Apesar de tudo isso, é difícil dizer que a série não tem seus méritos, pois tem. A construção de alguns personagens são muito apropriadas e bem escritas. A ambientação e o comprometimento da equipe de maquiagem (liderada por Greg Nicotero) é realmente um trabalho excepcional.
zumbi
A sétima temporada, contudo, parecia ter mudado tudo o que a série tem de ruim de uma vez por todas – eu tive muita esperança e expectativa disso. A estréia – que após um gancho do final da sexta temporada que deixaria os criadores de “Lost” orgulhosos – teve a maior audiência da história da emissora e da série, ultrapassando a estréia da própria e o último episódio de Breaking Bad. E não é por menos.
O grande mistério seria resolvido: Quem o Negan matou?
Essa pequena questão trouxe teorias e discussões nas grandes mídias, algo extremamente valioso para a série e para seu desenvolvimento. E o primeiro episódio foi digno de aplausos. Além de – FINALMENTE – matar um protagonista da série, matou outro personagem importante com cenas de “virar o estômago”, o que agradou e chocou a maioria dos fãs e da crítica.
Mas afinal, o que seria da série após isso? Era uma pergunta que eu tinha feito quando o episódio acabou, e já esperava que nenhum outro episódio chegaria no nível deste primeiro, o que é normal. Porém, eles retornaram à fórmula The Walking Dead e pelo que vejo continuarão até o fim dessa temporada atual. Não é à toa que os episódios caem de nível e audiência a cada semana.
O que prevejo é a mesma coisa que vemos todas as temporadas, no episódio que acontece a pausa, eles entregarão novamente um gancho que deixará todos os fãs discutindo sobre. Acabarão com a trama no episódio de retorno e continuarão com episódios sem importância e sem desenvolvimento para a continuidade da série.
Já vi pessoas citarem, e não sei se discordo: “Pra quem quer assistir The Walking Dead, é só assistir o primeiro, o oitavo e o último episódio de cada temporada, tudo está ali.” Qual será o futuro para a série sendo que ela está caindo nos seus próprios clichês e repetindo tramas e erros passados? Até quando veremos isso?

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